segunda-feira, 9 de abril de 2018

Exposição marca Dia Nacional do Braille em Rio Branco

Adaptação da matéria de Iryá Rodrigues, G1 AC, Rio Branco


Exposição marca Dia Nacional do Braille em Rio Branco (Foto: Divulgação CAP/AC).


Uma exposição celebrou neste domingo (8) o Dia Nacional do Braille. A mostra aconteceu das 16h às 20h, na livraria Nobel, no shopping de Rio Branco.

O objetivo, segundo a organização, é sensibilizar a população para o método de leitura, que dá acesso às pessoas com deficiência visual ao mundo das letras.

A coordenadora do Centro de Apoio Pedagógico para Atendimento às Pessoas com Deficiência Visual do Acre (CAP-AC), Gercineide Maia falou sobre a programação do evento e convidou a população para prestigiar.

A ação envolveu música ambiente apresentada por uma pessoa com deficiência visual, além da exposição de material pedagógico em braille e contação de histórias para as pessoas com deficiência.

“Tivemos a distribuição de panfletos com alfabeto braille, serviços do CAP e sobre a data comemorada. O objetivo da ação foi divulgar a importância do uso do sistema braille para o desenvolvimento da pessoa com deficiência visual e também a política pública educacional que existe no estado voltada para essas pessoas”, disse Gercineide.


A coordenadora ressaltou que o Centro desenvolve serviços não apenas de formação, mas também de produção e uso da tecnologia assistiva, voltada para o atendimento das pessoas com deficiência visual no estado.

Evento expôs material pedagógico em braille produzido pelo CAP-AC (Foto: CAP/Reprodução)


Pessoas com deficiência visual no Acre

Conforme a coordenação do CAP-AC, dados do Censo Escolar 2017, apontam que existem mais de mil pessoas com deficiência visual em processo de escolarização em todo o Acre, sendo que, desse quantitativo, temos cerca de 50 pessoas cegas.

O número total de acreanos com deficiência visual é bem maior do que o divulgado no Censo, segundo a coordenadora do CAP, já que os dados levam em consideração apenas as pessoas em escolarização.

“Praticamente quase todos os meses, nós recebemos crianças com novo diagnóstico. No ano passado, recebemos entre os  meses de fevereiro e dezembro muitas pessoas com diagnóstico recente de deficiência visualEntão, são pessoas que não foram identificadas no Censo”, informou a coordenadora.

Braille

O dia 8 de abril foi escolhido como o Dia Nacional do Sistema Braille em homenagem ao nascimento de José Álvares de Azevedo, o primeiro professor cego brasileiro. Ele estudou o método Braille em Paris.


De volta ao Brasil, passou a ensiná-lo e a difundi-lo no país, recebendo posteriormente o título de “Patrono da Educação dos Cegos no Brasil”. O Braille é um sistema tátil de leitura e escrita utilizado por pessoas com deficiência visual em todo o mundo.

Acesse o link da Matéria veiculada no G1.

terça-feira, 13 de março de 2018

CAP/AC convoca escolas para adaptação de livros e materiais pedagógicos

Dayana Soares


Adaptação do material didático é feita de maneira personalizada (Foto: Eduardo Gomes/SEE)


O Centro de Apoio Pedagógico para Atendimento às Pessoas com Deficiência Visual do Acre (CAP/AC) está convocando professores e coordenações das escolas da rede estadual de ensino de todo o estado para adaptação em áudio ou tradução em braile dos materiais didáticos e pedagógicos para os alunos cegos ou com baixa visão.
Esse é um trabalho que o CAP/AC desenvolve há vários anos e está de acordo a lei nº 10.098/2000, que estabelece as normas gerais e critérios básicos para acessibilidade das pessoas com deficiência.
Porém, de acordo com a coordenadora Gercineide Maia, para que os materiais sejam adaptados, a instituição precisa que as escolas entrem contato e encaminhem os materiais dos alunos deficientes visuais.
“A escola que tiver um aluno cego ou com baixa visão, o CAP/AC está aqui para dar o apoio e orientação, fazer a avaliação educacional e produzir o livro, mas nós precisamos que as escolas entrem em contato conosco”, reforça.
Segundo o secretário de Estado de Educação e Esporte (SEE), Marco Brandão, com essa iniciativa o Estado garante um direito fundamental.
“O estudante com deficiência deve ser assistido pela rede. O CAP/AC é o instrumento que o governo disponibiliza para que esse aluno tenha esse direito garantido”, lembra Brandão.

Produções são revisadas e corrigidas sempre que necessário (Foto: Eduardo Gomes/SEE)

Um trabalho feito com amor

A coordenadora explica que todos os livros didáticos e paradidáticos podem ser adaptados de acordo com as necessidades dos alunos. Além disso, materiais como figuras e ilustrações também são adequados.
“Para os usuários do braile, os materiais serão traduzidos. Para os que ainda não foram alfabetizados no método, os livros serão adaptados em áudio”, esclarece.
As adaptações em áudio são feitas com o auxílio de programa de computador e os professores deficientes visuais fazem toda a revisão. “Às vezes o erro é imperceptível para a gente que enxerga, mas não escapará para o cego. Com essa identificação, os livros voltam e a gente refaz tudo”, explica a professora Janaína Freitas, uma das responsáveis pelas produções em áudio.

Todos os trechos escritos dos livros são narrados por uma voz padrão (Foto: Eduardo Gomes/SEE)

As figuras e ilustrações são feitas em auto-relevo e com diferentes texturas. Uma atividade que envolve muita paciência e criatividade das profissionais da instituição, entre elas as professoras Cristina Nogueira e Maria Otacília Pereira.
“Nós trabalhamos todas as disciplinas, desde as exatas até as humanas. Os mapas são os mais difíceis de adaptar. Nós usamos texturas diferenciadas. No mapa do Brasil, por exemplo, nós temos que usar 27 texturas diferentes”, explica Nogueira.
A professora Maria Otacília conta que a produção é feita com muito cuidado e é sempre bem vistoriada. Um único erro exige que seja refeito todo o trabalho, desde começo.
“A gente trabalha com o que pode e no que a gente faz. Procuramos colocar todo o amor e nossa dedicação, porque o deficiente visual está lá sozinho. Queremos que ele sinta nossa dedicação e aproximação, por meio desse trabalho”, acrescenta.

Impressora Braille


Material adaptado em alto relevo


Disponível em: http://see.ac.gov.br/cap-ac-convoca-escolas-para-adaptacao-de-livros-e-materiais-pedagogicos/  em 06 de março de 2018.




segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018


PAI DE ALUNA COM BAIXA VISÃO PRODUZ SOROBÃ GIGANTE EM CURSO DO CAP-AC

Escrito por Hyrla Mariano

O motorista de ônibus Sebastião Souza da Luz, 46 anos, é pai de uma criança com baixa visão. Ao conhecer o trabalho do Centro de Apoio Pedagógico para Atendimento às Pessoas com Deficiência Visual do Acre (CAP-AC), foi convidado junto com sua esposa Maria Geane da Costa, para participar dos cursos ofertados pela instituição, dentre eles, os cursos de Baixa Visão, Pré-Sorobã e Sorobã. 

A iniciativa de produzir um sorobã aconteceu durante o curso de Pré-Sorobã. De modo criativo, Sebastião  iniciou a produção, em fase de teste. O motorista presenteou a esposa com este primeiro sorobã, e em seguida, confeccionou outro para a professora capacitadora Fátima Santos, em uma atividade do curso.


Imagem: Professora capacitadora Fátima Santos e Sebastião Souza mostram o sorobã gigante.

O fato de Sebastião ter conhecimentos de carpintaria trouxe inspiração na hora da escolha dos diversos materiais. Inicialmente, ele foi até uma marcenaria próxima a casa dele e pegou a madeira. Logo, por ser motorista, ele observou que as bolinhas do forro da cadeira que ele utilizava no ônibus podiam formar as contas do sorobã. Os outros componentes foram sendo imaginados a partir do cotidiano do motorista, exemplos disso foram os eixos feitos com raios de bicicleta e o palito de churrasco para fixar as bolinhas.

O tamanho grande do sorobã chamou a atenção de todos e os próprios colegas de curso se encantaram com o trabalho artesanal de Sebastião, até que muitos passaram a encomendar sorobãs para ele. Até o momento, o motorista já produziu mais de 10 sorobãs, que variam entre o valor de R$80,00 a R$100,00, dependendo do tamanho e material utilizado. Sebastião também produziu um sorobã para a filha e ela participou do processo de produção, demonstrando muita animação para aprender mais sobre essa importante ferramenta.

“O curso de sorobã é muito importante, é muito bom que todos façam os cursos, principalmente os pais de crianças com baixa visão, pois o sorobã vai ajudá-las a melhorar o desempenho na matemática. Decidi fazer os cursos do CAP-AC por causa da minha filha, ela é minha maior motivação. Eu a envolvi também na produção do sorobã que fiz para ela e em breve vou ensinar um pouco do que aprendi no curso, destacou Sebastião.


Imagem: Katrine, filha de Sebastião, segura sorridente o sorobã que ajudou a produzir.

Quem quiser adquirir um sorobã produzido por Sebastião, entre em contato pelo telefone (68) 999454943.

SOROBÃ

Segundo alguns pesquisadores, o sorobã (ábaco japonês), como aparelho de contar e calcular, tem sua origem na antiguidade, sendo usado de forma rudimentar, muito antes da era cristã. Com a evolução do tempo, surgiram os modelos babilônicos que foram aperfeiçoados (os babilônicos calculavam, usando pedrinhas) e daí derivou-se o ábaco greco-romano e deste, o sorobã.

Para outros, a origem do ábaco é desconhecida, havendo afirmações de que se usou na Mesopotâmia, há 5 ou 6 mil anos e foi introduzido no Oriente através do Império Romano. De uma forma ou de outra, o seu uso espalhou-se tanto no Oriente como no Ocidente, ao longo dos tempos, chegando até os dias atuais, graças à grande aceitação e divulgação que teve, principalmente, entre os japoneses. 

O sorobã começou como um simples instrumento onde eram registrados valores e realizadas operações de soma e subtração. Posteriormente foram desenvolvidas técnicas de multiplicação e divisão. Atualmente já são conhecidas técnicas para extração de raízes (quadrada e cúbica), trabalho com horas, minutos e segundos, conversão de pesos e medidas. Também podemos operar com números inteiros, decimais e negativos.

O objetivo do uso do Sorobã é realizar contas com rapidez e perfeição, buscando alcançar o resultado sem desperdícios. Ele ajuda a desenvolver concentração, atenção, memorização, percepção, coordenação motora e cálculo mental, principalmente porque o praticante é o responsável pelos cálculos, não o instrumento. Esta prática  possibilita realizar cálculos em meio concreto, aumenta a compreensão dos procedimentos envolvidos e exercita a mente. O uso do sorobã pode ser feito por qualquer pessoa, independente de ter deficiência ou não.

SAIBA MAIS: